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Escoliose: Análise e Controle Radiológico, Método de Cobb, Limitações do Método de Cobb…

24 de março de 2022
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Por Profa Laís Cristina Almeida, Ft, Psic, MSc, ESP, DO

 

Análise Radiológica da Escoliose

A radiografia panorâmica da coluna vertebral em PA e Perfil possui papel preponderante no diagnóstico da escoliose. Na análise radiológica é necessário identificar as vértebras limites da curva e a vértebra ápice, verificar se a escoliose é estrutural ou postural, medir pelo Método de Cobb a látero- flexão no plano frontal, a cifose e lordose no plano sagital; medir pelo método de Nash- Moe o grau de rotação no plano transverso, entre outros aspectos importantes.

A ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC) são indicadas quando suspeita- se de causa óssea ou neurológica.

 

Método de Cobb

Medida do Ângulo de COBB: Grau de Látero- flexão

Uma curva está inscrita entre duas vértebras limites, superior e inferior. Vértebras limites são aquelas que a cada extremidade da curva estão mais inclinadas no sentido da concavidade da mesma e é através dela que medimos o ângulo de Cobb.

Mede- se o ângulo de Cobb traçando- se uma linha no platô superior da vértebra limite proximal da curvatura, ou seja, aquela que está mais inclinada na direção da concavidade. E outra linha no platô inferior da vértebra limite distal, aquela mais inclinada no sentido da concavidade.

Após, traça- se duas linhas perpendiculares a essas. Uma linha perpendicular é aquela que forma com uma outra, um ângulo reto (de 90º) e então mede- se o ângulo de intersecção entre essas duas linhas.

 Figura 1 – Medida do ângulo de cobb no plano frontal. Fonte: Manual MSD. Acesso: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/multimedia/figure/ped-cobb-angle-v2_pt

 

Apesar da deformidade rotacional ser a mais importante para o diagnóstico e prognóstico da escoliose, a medida mais utilizada é a de látero- flexão pelo método de Cobb.

 
Figura 2- Ângulo de Cobb no plano sagital. Fonte: Radiologia Brasileira – Publicação Científica Oficial o CBR, 2020

 

Limitações da Medida de Cobb

  •  A escoliose é uma deformidade tridimensional e a medida de Cobb é bidimensional. Ela mede a curva no plano frontal e no plano sagital, mas não mede a rotação.
  • Foi constatada uma variação da medida do ângulo de Cobb de 5º numa mesma curvatura do início ao final do dia. Portanto, recomenda- se que as medidas sejam feitas sempre no mesmo horário.
  • Devido à rotação vertebral o posicionamento frontal preciso para obtenção radiográfica fica bastante dificultado, podendo ocorrer um aumento de até 20º no ângulo de Cobb. Portanto, é imprescindível a padronização do posicionamento inicial do paciente, pois deverá ser sempre o mesmo.
  • Pode haver erros na medida de imagens radiológicas de 2 a 7º. Os erros são menores quando as vértebras limites da curva são definidas de forma consistente.
  • Existe uma variação da medida de Cobb entre 5 a 10º intra- observador e inter- observador. Ou seja, que a mesma pessoa em momentos diferentes ou duas pessoas diferentes obtenham medidas desiguais em radiografias, mesmo utilizando as mesmas vértebras limites.
  • Na comparação entre duas radiografias obtidas em momentos diferentes, se uma diferença superior a 10º for encontrada é possível que exista 95% de probabilidade de representar uma verdadeira diferença.

 

Método de Nash- Moe

Medida de Rotação

Figura 3 – Método de Nash- Moe. Medida do grau de rotação através dos pedículos. Fonte: MARAWAR, S. et al. Spine Deformity, 2019

 

Equilíbrio da Escoliose no Plano Sagital e Coronal

O equilíbrio sagital mede-se através de uma linha que é traçada do centro do corpo de C7 até o sacro. Traça-se outra linha a partir da região póstero-superior do platô sacral até C7. Mede-se a distância entre estas duas linhas. O equilíbrio é considerado normal se esta distância é menor ou igual a 2 cm.

O equilíbrio coronal mede-se através de uma linha que é traçada do centro do corpo de C7 até o sacro. Traça-se outra linha a partir do centro do sacro até C7. Mede-se a distância entre estas duas linhas. O equilíbrio é considerado normal se esta distância é menor ou igual a 2 cm.

Figura 4 – Equilíbrio sagital e coronal. Fonte: MALFAIR, 2010

 

Controle Radiológico da Escoliose

Na escoliose idiopática a progressão é mais provável durante os períodos de crescimento rápido. A escoliose é uma deformidade do crescimento em graus diversos, ela se instala nos estirões de crescimento.

Durante o período de crescimento o acompanhamento da escoliose deve ser feito em intervalos de 4 meses; e após a maturidade esquelética apenas a progressão de curvas de mais de 30º Cobb deve ser monitorada. Outro relato é que a escoliose deve ser monitorada a cada estirão de crescimento, ou seja, de 5 a 6 cm, já que como foi citado acima, a escoliose progride durante esses estirões.

 

Resultado de Tratamento da Escoliose: Clínica EBOM

Paciente de Sexo Feminino. Essa paciente tinha indicação cirúrgica. Após a segunda radiografia foi descartada essa possibilidade por seu médico.

Data da 1ª radiografia: 06/06/2020

08h12 da manhã

Idade: 14 anos

Figura 5 – Medida de Cobb no Plano sagital

Figura 6 – Medida de Cobb no Plano frontal

 

Medida de Cobb no Plano sagital: Cifose torácica 40 graus e lordose lombar 60 graus

Medida de Cobb no Plano frontal: Curva primária torácica 40 graus e curva secundária lombar 30 graus.

 

Data da 2ª radiografia: 27/09/2021

8h35 da manhã

Idade: 15 anos

 Figura 7 – Medida de Cobb no Plano sagital

Figura 8 – Medida de Cobb no Plano frontal

 

Medida de Cobb no Plano sagital: Cifose torácica 30 graus e Lordose lombar 50 graus.

Medida de Cobb no Plano frontal: Curva primária torácica 30 graus e curva secundária lombar 20 graus

 

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Referências

ALMEIDA, L. Reeducação postural e sensoperceptiva: fundamentos teóricos e práticos. Rio de Janeiro: MedBook , 2006.

BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáticos. São Paulo: Summus, 1995.

CAILLIET, R. Escoliose. São Paulo: Manole, 1989.

DORFMANN, H. (Coord.). Scoliose idiopathique de l’enfant et de l’adulte. Paris: Elsevier, 2004.

GOLD III, J.A. Fisioterapia na ortopedia e medicina do esporte. 2.ed. São Paulo: Manole, 1993.

GREEMSPAN, A. A radiologia ortopédica: uma abordagem prática. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

GRIEVE, G.P. Moderna terapia manual da coluna vertebral. São Paulo: Médica Panamericana, 1994.

KIM, H. et al. Scoliosis imaging: what radiologists should know. Radiographics, v. 30, n. 7, p. 1823 – 1842, 2010.

MALFAIR, D. et al. Radiographic evaluation of scoliosis. American Journal of Roentgenology, v. 194, n. 3_suplement, p. S8-S22, 2010

PERDRIOLLE, R. La scoliose: son étude tridimensionnelle. São Paulo: Maloine, 2006.

SOUCHARD, P.; OLLIER, M. Les scoliosis: traitement kinésithérapique et orthopédique. Paris: Masson, 2002.

SAVARESE, L.G; MENEZES-REIS R., BONUGLI, G.P.; HERRERO, C.F.P.S.; DEFINO, H.L.A.; NOGUEIRA- BARBOSA, M.H. Equilíbrio sagital espinopélvico: o que o radiologista precisa saber? Radiol. Bras. 2020 Mai/Jun;53(3):175–184.

 

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COMENTÁRIOS:

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felipe barros
Excelente conteúdo!!!

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